Por que falar sobre amamentação é sempre importante?

Volta e meia o assunto aparece: aleitamento materno. E ao mesmo tempo que pode parecer um tema corriqueiro e tão natural, há ainda nuances que caem no esquecimento tanto da classe médica, quanto da população.
Olha só esses dados publicados pelo Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) neste ano, com base numa análise reunindo três estudos diferentes em países de baixa renda:
o risco de morte por doenças infecciosas em crianças menores de seis meses amamentadas exclusivamente foi de apenas 12% do risco apresentado pelas crianças que não foram amamentadas;
em outros três estudos em países de média e baixa renda, o risco de morrer foi 3,5 vezes maior em meninos e 4,1 vezes maior em meninas menores de seis meses, quando foram comparadas crianças amamentadas e não amamentadas;
o risco de morte foi 50% menor em crianças de 6 a 23 meses amamentadas quando comparadas às não amamentadas.
Isso acontece porque o leite materno é o principal protetor contra diarréia e doenças respiratórias graves, que são as maiores causas de mortes em recém-nascidos nestes mesmos países de baixa renda.
Esse cenário também aparece em países de alta renda: 36% de chances a menos de morte súbita nos recém-nascidos. No caso de otite (dor de ouvido aguda), as amamentadas apareceram com 33% menos chance de desenvolver nos dois primeiros anos de vida e, ainda para casos de asma, 9% a menos também.
Até aqui são índices considerados a curto prazo, ou seja, imediatos após o nascimento do bebê. E , como você pode ver, são números muito expressivos. É a partir destes estudos que nos é possível dizer que o leite materno salva vidas, e salva mesmo.
A estimativa total apresentada pelo documento da SBP afirma categoricamente:
“Estimou-se que, se 95% das crianças menores de 1 mês e 90% das menores de seis meses fossem amamentadas exclusivamente daquelas com idades entre seis e 23 meses fossem parcialmente amamentadas, poder-se-ia evitar 823.000 mortes a cada ano em crianças menores de 5 anos”.
São dados muito impressionantes. E não pára por aí, não. O documento científico ainda apresenta outros índices relacionados ao desenvolvimento na infância a longo prazo. Vamos conferir rapidamente:
redução de 26% na chance de desenvolvimento de obesidade ou sobrepeso (incluindo a vida adulta);
35% de menor ocorrência de diabetes tipo 2 e ainda menor em adolescentes (51%);
19% menor na relação com leucemia;
diferença de 3,44 pontos em QI de crianças amamentadas para não amamentadas.
Os estudos apresentam algumas características específicas de acordo com regiões, países e condições socioeconômicas, mas o resultado geral é sempre melhor para crianças amamentadas e ainda melhores para as amamentadas por mais tempo.
Amamentar é muito mais do que nutrir. É garantir melhores condições de desenvolvimento fisiológico, social e emocional para as crianças. Justamente por isso que inúmeras ações de políticas públicas são constantemente incentivadas e promovidas em âmbitos nacional e internacional.
A 27º Semana Mundial de Aleitamento Materno teve nesse ano a temática Amamentação: a base da vida e aconteceu no mês de agosto, com a organização geral realizada pela Aliança Mundial para Ação em Amamentação (WABA sigla em inglês). São instituições próprias pensadas e focadas em promover a amamentação em todos os continentes, oferecendo para as crianças de todas as raças e etnias as mesmas condições básicas iniciais de vida.
A Alpha Saúde apóia essa causa e tratá para você as novidades sempre em primeira mão, fique de olho e esteja à vontade para nos escrever se houver dúvidas ou sugestões.
Fonte:
Op Cit: Sankar MJ, Sinha B, Chowdhury R, et al. Optimal breastfeeding practices and infant and child mortality. A systematic review and metaanalysis. Acta Paediatr. 2015; 104:3-13.
http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_21162c-DC_-_Amamentacao_-_A_base_da_vida.pdf