Vamos falar sobre uma das consequências do uso de anticoncepcionais: queda da libido.

Dado histórico: um ano após as pílulas anticoncepcionais terem sido criadas e comercializadas, em 1960, o uso já foi associado a casos de embolia pulmonar, 1961.
Já falamos aqui no blog sobre os riscos para as mulheres que fazem uso contínuo de anticoncepcionais e, entre eles, está a queda da libido.
Na medicina há uma área específica que estuda a disfunção sexual, ou seja, problemas externos ou internos que afetam diretamente a saúde sexual. Trata-se de um assunto importante não apenas do ponto de vista da reprodução humana, mas também como característica crucial de bem-estar para homens e mulheres em estado de atividade sexual.
Uma pesquisa realizada no Brasil com uma amostra expressiva de 4.753 ginecologistas informou que, para todos eles, a queixa de diminuição do desejo sexual estava entre os principais motivos de procura por consultas em seus consultórios.
Não coincidentemente, o Brasil é um país com altos índices de mulheres que fazem uso contínuo do medicamento.
A disfunção sexual induzida por substância é uma classificação da Associação Psiquiátrica Americana e tem efeitos comparados ao de uso de antidepressivos e drogas psicoativas, por exemplo.
A queda na libido acontece porque os anticoncepcionais:
promovem o aumento dos níveis séricos da SHBG (Sex Hormone Binding Globulin), a proteína transportadora dos esteróides sexuais.
Esta proteína se liga aos androgênios, resultando em menor disponibilidade da testosterona livre, que é a fração androgênica ativa.
Embora a participação dos androgênios na função sexual não esteja esclarecida, existem evidências de que a diminuição dos níveis séricos da testosterona livre pode cursar com disfunção sexual.
Os anticoncepcionais, em particular os de baixa concentração de estrogênios, podem causar diminuição da lubrificação vaginal e alterações no trofismo da parede vaginal, levando à dispareunia,
com repercussões negativas na fase da excitação genital. Fonte 2
É justamente por isso que eu sempre recomendo às minhas pacientes que procurem ajuda especializada de um ginecologista que dê alternativas a elas.
Nem sempre as mulheres conhecem outras maneiras muito mais saudáveis para administrar a sua saúde reprodutiva e sexual para além dos anticoncepcionais que funcionam mesmo como uma “bomba” de hormônio artificial.
Não, você não é obrigada a fazer o uso contínuo deste tipo de medicamento, ainda que “todo mundo” faça ou ache natural. Não o é. Se fosse, não haveria casos e mais casos crescentes de mulheres com trombose identificadas como consequência deste hábito ou com problemas ainda mais complexos, a longo prazo, como infertilidade e enxaquecas crônicas, por exemplo.
Outro estudo, na Alemanha, constatou que entre 1.046 mulheres que tomavam pílula há pelo menos seis meses, um terço tinha algum tipo de disfunção sexual, até mesmo dor na hora da relação.
Voltaremos a falar sobre este assunto aqui no blog. Enquanto isso, procure um médico de confiança, que não esconda nenhuma informação importante de você.
Fonte:
http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v30n6/08.pdf
https://portalseer.ufba.br/index.php/enfermagem/article/viewFile/16515/pdf

Dr. Mário Lhano - Endocrinologista e Metabologista CRM 101515, atende há mais de 10 anos e é especialista em dieta vegetariana.
Instagram: @dr.mariolhano
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