Para quem o sono é importante? Para todo mundo. (Incluindo você que tem dormido mal).

Pode uma pessoa viver sem memória consolidada, sem termorregulação (manutenção interna da temperatura corporal), sem capacidade de recompor energia do corpo e sem o metabolismo que mantém a energia cerebral, ao mesmo tempo? Não, é certo que não.
Colocando essas questões de fundo fica muito mais fácil entender porque é que o sono é uma função biológica ESSENCIAL para o bom desempenho físico, cognitivo, ocupacional e social de todos nós. Todo mundo precisa dormir bem.
E começa desde a infância: depois dos seis meses de vida, o bebê vai progressivamente diminuindo 30 minutos de sono por ano até completar 05 anos de idade. Depois, na vida adulta, decresce a necessidade de horas dormidas de acordo com a idade e também com fatores externos, mas, independentemente de variações naturais, há uma série de distúrbios tanto em relação aos que dormem pouco e mal, quanto em relação aos que dormem muito., sem limite. Os dois extremos são maléficos.
Acompanhe:
Antes de qualquer observação geral a respeito dos distúrbios do sono que possamos dar, há uma realidade que precisamos consolidar em nossa cabeça sobre este assunto: existem DEZENAS de ramificações e tipos de distúrbios do sono - cada um deles dentro de especificidades clínicas, ambientais e psicológicas. É claro que não temos como tratar de todos eles aqui, muito menos de uma só vez, então, por isso, neste texto vamos falar dos três principais grupos de classificação do distúrbio do sono e vamos firmar um cronograma:
> Em dezembro falaremos sobre os principais e mais frequentes distúrbios de sono e as suas características principais; por exemplo: distúrbios relacionados à hipersonolência diurna (quando a pessoa troca o dia pela noite) e distúrbios do acordar como terror noturno e sonambulismo;
> Em janeiro vamos mostrar as principais consequências que o distúrbio de sono pode gerar e dicas para melhorar a sua qualidade; por exemplo: índices de acidentes causados por pessoas que adormeceram enquanto ocupavam funções importantes como dirigir e o ranking dos distúrbios que mais atingem as pessoas no mundo;
> Em fevereiro a série deste tema encerra com tudo o que você precisa saber a respeito do Distúrbio do Sono na infância e como ficar alerta aos sintomas para ajudar as crianças da sua família.
Assim, você poderá acompanhar não de maneira superficial, mas com conteúdo de pesquisa-científica-médica séria a respeito deste problema e saber direitinho porque dormir bem é tão importante. Será quase um guia geral.
Por hora, vamos aos principais grandes grupos que reúne todos desdobramentos os Distúrbio do Sono:
1. Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono: é uma classificação detalhada e a mais utilizada pelos profissionais da área da medicina do sono. Há MUITOS possíveis motivos que desencadeiam as alterações significativas de sono e esse grupo estuda cada uma delas;
2. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: classificação psiquiátrica que divide os transtornos do sono em primários; relacionados a transtornos mentais; relacionados à condição médica geral e induzidos por substância: aqui são estudos os distúrbios relacionados a problemas mentais, direta ou indiretamente e tanto o estudo dos sintomas, quanto da patologia, quanto do tratamento, cabem preferencialmente à psiquiatria.
3. Classificação Internacional de Doenças: classificação utilizada por médicos em geral, que agrupa os transtornos em distúrbios do início e da manutenção do sono; distúrbios do sono por sonolência excessiva ou hipersonia; distúrbios do ciclo vigília-sono; apnéia de sono, e outros. Trocando em miúdos: é quando o problema do sono está diretamente relacionado a outra doença.
Essa classificação demonstra claramente até mesmo para a comunidade leiga, ou seja, que não é médica - nem especialista - que qualquer alteração do sono pode e deve ser investigada não apenas por estar escondendo algum outro problema de saúde, mas por afetar diretamente todo o organismo da pessoa com o distúrbio.
Por exemplo: você conhece aquela sensação de demorar para conseguir pegar no sono (“rola para lá, rola para cá”) e nada? ou de despertar várias vezes à noite sem conseguir dormir de novo (principalmente quando tem algum compromisso importante no dia seguinte)?. Então, há pessoas que convivem com isso diariamente, sem pausa. É o que chamamos popularmente de insônia.
Na verdade, “o buraco é mais embaixo”. Ela pode ser sintomática, ou seja, aparecer como sintoma de alguma doença, ou de condições ambientais, ou de afecções psiquiátricas. Neste caso, é chamada de insônia secundária, mas, por outro lado, ela pode ser o problema em si mesmo, uma síndrome que precisa de tratamento imediato e direto.
Este é apenas um distúrbio do sono com duas classificações gerais e mais uma porção de desdobramentos: insônia na gravidez; insônia ocasionada por consumo de drogas; insônia causada por maus hábitos, etc.
Seja qual for o tipo de distúrbio, uma coisa é certa: trata-se de um problema de saúde pública que precisa de atenção. É cada vez mais comum o problema aparecer entre crianças e adolescentes com consequências muito sérias: pesquisas científicas mostraram que comparado com jovens sem problema de sono, os que apresentam o distúrbio têm maior incidência de depressão, ansiedade, tensão, ansiedade, medo, irritabilidade, desatenção, instabilidade emocional, problemas de conduta, consumo de álcool e drogas, e, até mesmo, ideação ou tentativa de suicídio.
Acompanhe o blog e fique de olho nas atualizações. Voltaremos a tratar deste tema, como combinados, no próximo mês, até fevereiro.
Até lá!
Fonte:
http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v24n4/v24n4a11.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462002000600008
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